Quando usamos EUA, Suíça e Finlândia
como exemplos de países muito mais armados do que o Brasil, onde a
legislação para posse e porte de armas é bastante liberal e a taxa de
homicídio é muito menor do que a brasileira, a crítica recorrente é que
não podemos comparar países desenvolvidos com o Brasil. Podemos sim!
Essa comparação prova que o “fator arma” não é a variável responsável
pelos crime. Mas, uma legislação menos restritiva em um país pobre e
menos desenvolvido como o Brasil não seria um problema ou não? O exemplo
paraguaio pode nos responder isso.
Quando
falamos em Paraguai, os brasileiros fazem quase sempre a imediata
associação com à Ciudad Del Este, tráfico de drogas e armas, contrabando
e falsificações. Essa é a imagem que foi criada e repassada para nós
durante décadas. Outra associação quase imediata é o oba-oba no que diz
respeito às armas. Um pais sem lei onde qualquer um compra armas e, não
raramente, essas armas vão abastecer o mercado ilegal brasileiro… Será
mesmo?
Comecemos falando de armas. A
legislação paraguaia é realmente uma das menos restritivas da América do
Sul, muito semelhante à brasileira antes do malfadado Estatuto do
Desarmamento. Qualquer cidadão paraguaio para comprar uma arma, bastando
apresentar cópia de identidade, certidão de antecedentes criminais (uma
única, emitida pela Policia Nacional) e realizar um teste técnico de
conhecimento básico. O trâmite demora em torno de 10 a 15 dias e não há
qualquer discricionariedade envolvida. Não há limite de quantidade de
armas. Não há restrição de calibres e, apresentando o registro da arma, o
cidadão pode comprar quanta munição seu dinheiro permitir. A idade
mínima é de 21 anos. O porte requer um laudo psicológico e o
preenchimento de uma requisição. O cidadão pode ter o porte para duas
armas, sendo ambas curtas ou uma curta e uma longa. Sim, você pode
portar uma espingarda calibre 12 ou um fuzil em calibre .308. A anistia
para armas irregulares é permanente e basta que o cidadão requeira o
registro após o pagamento de uma pequena “multa”.
E
a criminalidade? Bom, em 2002 o Paraguai enfrentou a sua mais alta taxa
de homicídios: 24,63 homicídios por 100 mil habitantes. Hoje, o país
tem a terceira menor taxa de homicídios (7,98) da América do Sul,
perdendo apenas para o Chile (2,97) e o Uruguai (7,81). Lembrando que o
Uruguai é o pais mais armado da América Latina.
Essa taxa seria ainda menor se eles não fossem vizinhos do… Brasil! Sim,
é na fronteira com o Brasil que as taxas de homicídios explodem e jogam
para cima as taxas nacionais. Na faixa fronteiriça com o Brasil os
números assustam. São 66 homicídios por 100 mil habitantes. Vizinho
problema.
E esse vizinho problema, com sua fracassada política desarmamentista, também causou estragos na liberdade à posse de armas naquele país. Foi graças às enormes pressões comerciais e políticas brasileiras, vidas pelas mãos do Ministério da Justiça, que o governo paraguaio acabou, em 2010, aceitando restringir a venda de armas “de assalto”.
Hoje não é mais possível comprar legalmente armas como AR-15 ou AK-47, mesmo no diminuto calibre .22LR. Enquanto isso, contrabandistas internacionais continuam inundando nossos criminosos com esse tipo de armamento. De nada, amigos paraguaios!
E esse vizinho problema, com sua fracassada política desarmamentista, também causou estragos na liberdade à posse de armas naquele país. Foi graças às enormes pressões comerciais e políticas brasileiras, vidas pelas mãos do Ministério da Justiça, que o governo paraguaio acabou, em 2010, aceitando restringir a venda de armas “de assalto”.
Hoje não é mais possível comprar legalmente armas como AR-15 ou AK-47, mesmo no diminuto calibre .22LR. Enquanto isso, contrabandistas internacionais continuam inundando nossos criminosos com esse tipo de armamento. De nada, amigos paraguaios!
O Paraguai ainda possui uma das
economias mais frágeis da América do Sul, com um IDH de 0,676,
considerado médio e bem abaixo do Brasil. Mais de 30% da sua população
está situada abaixo da linha da pobreza e sua taxa de desemprego é de
quase 7%, o que enterra, mais uma vez, a ideia que o desenvolvimento
humano e econômico é um fator decisivo para a redução da criminalidade.
O vizinho Paraguai também vai vencendo o Brasil na economia, que melhora ano após ano desde 2010. Independente da evolução econômica, os homicídios estão em queda no Paraguai desde 2003.
O vizinho Paraguai também vai vencendo o Brasil na economia, que melhora ano após ano desde 2010. Independente da evolução econômica, os homicídios estão em queda no Paraguai desde 2003.
Mas
como o Paraguai conseguiu reduzir a criminalidade? Pode parecer difícil
de acreditar para a maioria dos nossos políticos, mas foi combatendo… o
crime! Integração das instituições policiais e judiciárias,
investimentos nas polícias e, principalmente, a criação de uma força
tarefa para fazer cumprir milhares de mandados de prisão. Enquanto isso,
o Brasil segue brincando de segurança pública, impondo o desarmamento
civil e assistindo milhares de assassinatos todos os anos. É 7 a 1 todo
dia. E, se bobear, esse gol para o Brasil foi dado de lambuja pelo
adversário.
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