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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A Venezuela Sangra.

Comentário do IMB
"O socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros", disse Margaret Thatcher.  Na Venezuela, além do dinheiro, acabou também a paciência da população. 
Cansada da escassez de produtos — falta de tudo: desde papel higiênico e jornais a produtos básicos de alimentação —, da inflação de preços galopante, da corrupção e da violência endêmica (a maior da América do Sul), dezenas de milhares de pessoas estão nas ruas protestando desde quarta-feira da semana passada.
O governo reprime as manifestações com violência.  Três pessoas foram assassinadas pelo governo e mais de 60 estão feridas.  A polícia está invadindo casas a esmo à procura do líder da oposição, que está foragido porque está jurado.
Há vários vídeos no YouTube descrevendo a situação e mostrando imagens do protesto.  Este, em espanhol e em inglês, resume o que está acontecendo na Venezuela.  Este mostra imagens dos confrontos e contém cenas fortes.  Aqui um manifestante é espancado pelas forças do governo.  E este mostra o exato momento em que um manifestante é assassinado.
Duas páginas foram criadas no Facebook para narrar e mostrar, em tempo real, tudo o que está acontecendo na Venezuela: SOS Venezuela e Somos más del 46% - Venezuela.  Ambas estão postando fotos das manifestações.
Segundo o jornal espanhol El País, jornais e redes de televisão venezuelanos estão limitando a veiculação de notícias sobre as manifestações, a mando do governo.

Praticamente nenhum canal de televisão está transmitindo imagens dos protestos.  Jornais impressos, que dependem da autorização do governo para a compra de papel, também têm dado pouco destaque às manifestações. Até o momento, três jornalistas que cobriam os protestos estão presos.

O jornal espanhol também denunciou ainda a suspensão, por parte de Maduro, dos serviços de metrô e ônibus que fazem o transporte entre Caracas e os municípios próximos, Sucre, Chacao e Baruta, governados pela oposição — e palco do início dos protestos.
O artigo a seguir é um compêndio de nossos artigos sobre a Venezuela, organizado de maneira cronológica.  Ele permite entender como as políticas econômicas do governo levaram a situação a este ponto.
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181-xx6M4.AuSt.55.jpegA turbulência econômica que fustiga a Venezuela tem recebido crescente atenção da mídia internacional ao longo dos últimos meses. 
À medida que piora a situação econômica do país, seu governo vai se tornando cada vez mais autoritário.  No momento, ele está fazendo de tudo para solapar as bases do já extremamente deteriorado tecido social do país.
Em setembro de 2013, a contínua escassez de papel higiênico (que ocorreu após a escassez de alimentos e de apagões no setor elétrico) levou o governo a ocupar uma fábrica de papel higiênico, com o uso maciço de força militar, com o intuito de garantir uma "distribuição justa" dos estoques disponíveis.  Parece cômico, mas é imensamente trágico.
No início de novembro, após o presidente Nicolás Maduro acusar os fabricantes de manipulação de preços, ele ordenou que o exército ocupasse as lojas e confiscasse todos os bens com o intuito de vendê-los a "um preço justo".  Ato contínuo, Maduro mandou prender os comerciantes e ainda enviou o alerta de que "este é apenas o início de tudo o que farei para proteger o povo venezuelano". 
Logo após esse confisco, multidões se aglomeraram, ao longo de todo o país, em frente às portas de várias lojas de eletrodomésticos com o intuito de saqueá-las, o que chegou a ocorrer em vários casos.  
Maduro asseverou que o governo iria, dali em diante, supervisionar todas as redes varejistas do país para se assegurar de que os preços fossem significativamente reduzidos.  Também ordenou que todos os estoques das lojas deveriam ser liquidados.  Em um discurso televisionado, ele mandou a mensagem: "Não deixem que nada permaneça nas prateleiras".
Também no início de novembro, imediatamente após ter criado o Ministério da Suprema Felicidade Social — em mais uma tentativa de garantir a "felicidade para todas as pessoas" —, Maduro anunciou que iria antecipar o natal para o mês de novembro.  O intuito era "trazer felicidade para o povo e combater a amargura".  Ato contínuo, o presidente começou a distribuir benesses natalinas, já pensando nas eleições municipais de dezembro. 
Mas este populismo não era apenas uma questão de estratégia política.  A taxa de inflação de preços na Venezuela, como será demonstrado mais abaixo, já está nos três dígitos.  Em um cenário assim, os salários precisam ser distribuídos de forma rápida, antes que os preços subam ainda mais; daí a "antecipação" dos bônus natalinos.  Esse tipo de política não tem absolutamente nada de novo na história econômica do mundo: o atual episódio hiperinflacionário da Venezuela está se desenrolando de uma maneira muito semelhante ao da Alemanha da década de 1920.
A história da economia venezuelana e de sua decadente moeda, o bolívar, pode ser resumida na seguinte frase: "De mal a pior".  Com efeito, a situação já extremamente deteriorada da Venezuela conseguiu dar uma guinada para pior.
A espiral decadente da economia venezuelana começou de fato quando Hugo Chávez decidiu impor seu "socialismo moreno" ao país, uma excentricidade que, à época, chegou a ser relativamente bem recebida por vários setores da grande mídia.  Durante anos, a Venezuela manteve um volumoso programa de gastos sociais combinado com controles de preços e salários e com um mercado de trabalho extremamente rígido, além de manter, como política externa, uma agressiva estratégia de ajuda internacional voltada majoritariamente para Cuba.  Todo este insano castelo de cartas conseguiu se manter solvente por um bom tempo unicamente por causa das receitas do petróleo.
Mas à medida que os custos deste populismo foram crescendo, o país teve de recorrer com cada vez mais frequência aos cofres da estatal petrolífera PDVSA e à impressora do dinheiro do Banco Central da Venezuela.  Isso resultou em um declínio contínuo do valor do bolívar — um declínio que se acelerou ainda mais após começarem a surgir notícias sobre o crítico estado de saúde de Hugo Chávez.
A morte de Chávez, no dia 5 de março de 2013, gerou um abalo sísmico em toda a economia venezuelana.  De maneira nada surpreendente, desde que seu sucessor Maduro assumiu o controle do país, o castelo de cartas venezuelano começou a desmoronar.  A taxa de câmbio do bolívar no mercado paralelo ilustra bem essa história.  Desde a morte de Chávez até novembro de 2013, o bolívar já perdeu 64,5% de seu valor em relação ao dólar no mercado paralelo, como mostra o gráfico abaixo.

Continua .. .  IMB 


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Um comentário:

Gilberto disse...

O que mais me impressiona nesta história toda da Venezuela é que, a formula utilizada por Chaves já havia sido testada na extinta URSS e não deu certo, o governo cubano até agora faz o povo sofrer por conta das mesmas medidas e o pior de tudo é que no Brasil, a ideia do `PT é fazer o mesmo erro aqui, aliás já começou, utilizando o dinheiro da Petrobrás, lançando bolsas sociais a granel e gastando fortunas com marketing.

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