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domingo, 28 de setembro de 2014

Se Israel cair, todos nós cairemos

Raivas em relação a acontecimentos em Gaza [e aos árabes hoje conhecidos como Palestinos] são distrações [criadas pela contínua publicidade política que muitos meios de comunicações vende como notícias!]. Não podemos esquecer que naquela região turbulenta Israel é o maior aliado do Ocidente.

      Faz muito tempo que é considerado fora de moda falar a favor de Israel na Europa. Na sequência da abordagem de um navio cheio de ativistas [esquerdistas que se denominm de 'pacifistas', radicais islâmicos armados e alguns inocentes úteis] anti-Israel no Mediterrâneo, é difícil pensar em uma causa mais impopular para defender. Em um mundo ideal a abordagem do Marmara Mavi por comandos israelenses não teria terminado com nove mortos e alguns feridos. Em um mundo ideal os soldados teriam sido recebidos de forma pacífica. Em um mundo ideal nenhum Estado – muito menos um aliado recente de Israel como a Turquia – teria promovido e organizado uma flotilha, cujo único objetivo era criar uma situação impossível para Israel, fazendo-o escolher entre desistir de sua segurança e do bloqueio naval, ou incitar a ira mundial.

      Em nossas relações com Israel, devemos soprar a névoa vermelha de raiva que desvirtuam nossas avaliações. Uma abordagem razoável e equilibrada deve conter as seguintes realidades: primeiro, o Estado de Israel foi criado por uma decisão da ONU. Sua legitimidade, portanto, não deve ser questionada; Israel é um país com instituições democráticas profundamente enraizadas; é uma sociedade dinâmica e aberta, que continuamente vem se destacado em cultura, ciência e tecnologia.  Em segundo lugar, devido às suas raízes, história e valores socioculturais, Israel é uma nação ocidental de pleno direito. Na verdade, é uma nação ocidental normal, mas diante de circunstâncias anormais.

       Infelizmente, no Ocidente, Israel é a única democracia cuja existência tem sido questionada desde a sua criação. Foi atacado por seus vizinhos [Forças Armadas do Egito, Líbano, Síria, Iraque e Jordânia] que usaram armas convencionais de guerra; enfrentou o terrorismo que culminou com uma seqüência de ataques suicidas e agora, a pedido de radicais islâmicos e seus simpatizantes no mundo, enfrenta uma campanha [publicitária, com fatos distorcidos e mentiras divulgadas em forma de notícias] de deslegitimação através do direito internacional e diplomacia!

      Sessenta e dois anos depois de sua criação, Israel ainda luta por sua sobrevivência. Punido com chuvas de mísseis que caem no norte e sul do país, ameaçado de destruição por um Irã que almeja adquirir armas nucleares [e se tornar um líder na geopolítica regional] e pressionado por amigos e inimigos, Israel, ao que parece, nunca pode ter um momento de paz.

      Durante anos – compreensivamente – a atenção ocidental focalizou-se no processo de paz entre israelenses e palestinos. Mas se Israel está em perigo hoje e toda a região está deslizando rumo a um futuro preocupante e problemático, não é devido à falta de entendimento entre as partes sobre como resolver este conflito. Os parâmetros de um acordo de paz em perspectiva são claros, por mais difícil que possa parecer para os dois lados dar o passo decisivo para sua implementação.

      As verdadeiras ameaças à estabilidade daquela região é o radicalismo islâmico que vê a destruição de Israel como o cumprimento de seu destino religioso e, simultaneamente, no caso do Irã, como uma expressão de suas ambições à hegemonia regional. Ambos os fenômenos são ameaças que afetam não só Israel, mas também o ocidente e o mundo em geral.

      A cerne do problema reside na maneira ambígua e muitas vezes errônea com que muitos países ocidentais estão reagindo a esta situação. É fácil culpar Israel por todos os males do Oriente Médio. Alguns até falam e agem como se um novo entendimento com o mundo muçulmano podesse ser alcançado somente se estivéssemos dispostos a sacrificar o Estado judeu sobre um altar. Isso seria loucura.

      Israel é a nossa primeira linha de defesa em uma agitada região que está constantemente sob o risco de cair no caos; uma região que é vital para a nossa segurança energética devido à nossa dependência excessiva de petróleo do Oriente Médio; uma região que forma a linha de frente na luta contra o extremismo. Se Israel cai, todos nós cairemos. Para defender o direito de Israel existir em paz, dentro de fronteiras seguras, requer um grau de clareza moral e estratégica que muitas vezes parece ter desaparecido na Europa. E os Estados Unidos começa a mostrar sinais preocupantes de seguir posição semelhante.

      O Ocidente está atravessando um período de confusões e incertezas com relação ao futuro do mundo. Num sentido amplo, essas confusões e incertezas foram causadas por uma espécie de dúvida masoquista sobre nossa própria identidade; pela regra do politicamente correto; por um multiculturalismo que nos obriga a curva-nos diante dos outros; e por um secularismo que, cinicamente, nos cega, mesmo quando somos confrontados por membros do jihad promovendo a encarnação mais fanática de sua fé. Deixar Israel a sua própria sorte, neste momento crucial, serviria apenas para ilustrar o quanto estamos afundando e como nosso declínio inexorável agora se torna eminente.

      Isto não pode acontecer. Motivado pela necessidade de reconstruir os nossos valores ocidentais, expressando uma profunda preocupação com a onda de agressão contra Israel, e consciente de que a força de Israel é a nossa força e a fraqueza de Israel é a nossa fraqueza, tomei a decisão de promover uma nova iniciativa chamada Amigos de Israel com a ajuda de algumas personalidades, incluindo David Trimble, Andrew Roberts, John Bolton, Alejandro Toledo (ex-presidente do Peru), Marcello Pera (filósofo e ex-presidente do Senado italiano), Nirenstein Fiamma (autor e político italiano), o financista Robert Agostinelli e o intelectual católico George Weigel.
      Não é nossa intenção defender qualquer política específica ou qualquer governo israelense em particular. Certamente os patrocinadores desta iniciativa discordarão de algumas decisões tomadas por Jerusalém. Somos democratas e acreditamos na diversidade.

      Nos unimos em torno do apoio incondicional ao direito de Israel existir e de se defender. Os países ocidentais que se unem com aqueles que questionam a legitimidade de Israel, para que estes joguem com organismos internacionais as questões vitais de segurança de Israel, satisfazendo aqueles que se opõem aos valores ocidentais [democracia, separação entre Estado e Igreja, liberdades e direitos individuais e humanos, etc.] ao invés de se levantar com firmeza em defesa desses valores, não estão cometendo apenas um grave erro moral, mas um erro estratégico de primeira grandeza.
      Israel é uma parte fundamental do Ocidente. O Ocidente é o que é graças às suas raízes judaico-cristãs. Se o elemento judeu dessas raízes for retirado e perdemos Israel, também estaremos perdidos. Quer queira ou não nossos destinos estão interligados.
Por José María Aznar*

      *José María Aznar,  ex-Primeiro-Ministro da Espanha entre 1996 e 2004
      Fonte
      1. The Times, London, 17/07/2010
      Notas
      1. Informções entre [ ] são “esclarecimentos complementares da tradutora”
      2. Artigo original em inglês – If Israel goes down, we all go down

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