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terça-feira, 21 de junho de 2011

Por que proibir o consumo das drogas?




Por que proibir o consumo das drogas que alteram a consciência?
POR: Rodrigo Lacroix

Num meio constituído de pessoas atomizadas, que carecem de valores comuns, legitimar a utilização de fármacos cujo único objetivo é o embotamento da consciência equivale a endossar a fragmentação da consciência e ensejar a aniquilação da sociedade.

Construir discursos abstratos, fantasias descoladas da realidade, ainda que perfeitamente coerentes, não tem o menor sentido. Desta forma, imaginar quais seriam as razões que levaram à ilegalidade algumas drogas como o ópio, a cocaína, a maconha, etc., carece de qualquer relevância e serviria apenas para confundir mais a cabeça.

Temos que analisar a realidade o mais honestamente possível, buscando nela o embasamento de nossas opiniões e conduta. Afinal, não é a realidade que tem de se adaptar ao nosso discurso, mas o contrário. Assim, na questão das drogas como a cocaína, por exemplo, deveríamos avaliar o que o seu uso proporciona à vida das pessoas que as utilizam. Qual o bem, pergunto, que advém da sua utilização? O que testemunhamos são vidas destruídas, arruinadas, repletas de sofrimento e dor. É notório que os viciados, impelidos pela intensidade de um prazer fugaz, tendem a desconsiderar o ambiente em torno e, obcecados por uma fantasia prazerosa, acabam por construir uma vida em que a droga se torna o centro dela. Vejam que os exemplos são incontáveis, e os desastres, tenebrosos. Vide a mãe aqui de Porto Alegre que matou o próprio filho que, desesperado por dinheiro para sustentar o seu vício, levou essa infeliz mulher ao extremo. O cigarro nunca produziu tal coisa, e qualquer pessoa medianamente normal asseguraria que preferiria mil vezes conviver com um fumante do que com um viciado em crack! Minha mãe fumou durante anos. Teria sido a mesma mãe amorosa que foi se estivesse viciada em cocaína, em crack ou heroína? Vejam que isto não é uma explicação, é um pedido à reflexão!

Uma opinião muito em voga diz que "é uma questão de livre escolha e o sujeito que cometer crime deve ser punido. Mas usar drogas em si é o que se chama "crime sem vítima", portanto, não é crime no sentido de que deva haver punição legal. Neste caso, a deliberação deveria ser dos donos dos espaços. Um clube, por exemplo, teria a autonomia de permitir ou não o uso de maconha ou cocaína em suas dependências. Outros poderiam proibir, sem que isso implicasse reivindicação de quem quer que seja para que se liberasse, a não ser que os clientes assim o quisessem e o proprietário estivesse disposto a atender essa clientela".

Com relação aos direitos individuais, à liberdade e à proteção do indivíduo contra o Estado, não podemos desenvolver um discurso reducionista. Os princípios que norteiam a liberdade de mercado não podem ser transpostos a todo o leque dos comportamentos humanos. Isto é um erro notório dos libertários. O livre mercado funciona bem porque é moralmente correto. A propriedade privada está ligada a um princípio de justiça que estabelece a cada um o que lhe é devido. A liberdade de transação e empreendimento produz riqueza porque está baseada nos princípios lógicos da ação humana. A propriedade em si ou a ação humana por si, não são princípios, mas decorrem deles. Assim, os problemas devem ser analisados à luz da Justiça e da Verdade e nunca da propriedade e liberdade econômica ou política. Em uma guerra, os direitos políticos devem muitas vezes ser legitimamente suspensos, enquanto outras vezes é moralmente correto levantar embargos econômicos, ainda que financeiramente ruins.

Em uma comunidade pequena, com valores comuns, onde as pessoas possuam raízes e uma simbologia que forneça chaves interpretativas adequadas da realidade, pode fazer perfeito sentido não proibir as drogas. Os costumes, pela sua própria penetração social, podem ser um freio formidável à sua disseminação e à conseqüente destruição da vida comunitária. Nas modernas sociedades de massa, no entanto, legalizar as drogas equivale a sancionar o seu uso, a legitimá-lo. O Estado moderno se tornou um pólo que magnetiza as atenções e expectativas dos indivíduos. O poder que a burocracia e a mídia desfrutam é imenso, o que faz com que as medidas legais tenham um impacto extremamente forte no comportamento humano. Num meio constituído de pessoas atomizadas, que carecem de valores comuns, legitimar a utilização de fármacos cujo único objetivo seja o embotamento da consciência, carece de qualquer razão. Equivaleria a endossar a fragmentação da consciência e ensejar a aniquilação da sociedade. Alegar para tal, o desejo de ver a realidade adequada a um princípio iluminista abstrato de liberdade é quase um delírio. Aqui, novamente, o conceito de liberdade não é um princípio, mas a exteriorização de um desejo, a saber, o de usar o poder do Estado para permitir a todos os indivíduos fazer o que lhes aprouver. Isto nada tem a ver com o real conceito de liberdade que está indelevelmente ligado à virtude e ao aperfeiçoamento humano. Ao contrário, a idéia de liberdade moderna, ao se contrapor à liberdade dos antigos (como diria Leo Strauss), foi um grande fator desestabilizador da vida em sociedade. A criminalidade endêmica, o totalitarismo e a intervenção inacreditavelmente grande e onipresente dos governos no mercado seriam impensáveis sem ela. A Constituição dos EEUU vigorou por tanto tempo e permitiu tanta liberdade, justamente por possuir um caráter conservador.

Ademais, a proibição das drogas não existe para prevenir possíveis problemas futuros, hipotéticos distúrbios que os drogados poderiam produzir. Ela vigora para reduzir a já terrível calamidade que elas causam. Como o próprio defensor da legalização das drogas, Milton Friedman, alertava, esta iria fatalmente aumentar a demanda pela provável queda do preço. E vejam que a proibição nada tem a ver com a proteção à saúde dos viciados. Busca salvaguardar a sanidade social. Um fumante com os dias contados devido à presença de um carcinoma pulmonar (que nem se sabe se o cigarro teve algum envolvimento) pode manter uma dignidade e capacidade intelectiva que a degradação de um vício em crack, por exemplo, jamais permitiria.

E por fim, qual o ganho de liberdade que a servidão a um vício tão desprezível poderia produzir?

Rodrigo Lacroix é cirurgião-dentista e vive em Porto Alegre-RS.
FONTE; http://www.midiasemmascara.org/


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Um comentário:

Rosangela disse...

Fui dependente de droga durante dois meses e acredito que um médico me salvou deste vício. Na empresa que eu trabalhava duas meninas consumiam um determinado controlador de apetite. Experimentei um comprimido e adorei. Não somente pelo fato de ficar sem comer e com isto emagrecer e sim pela sensação que ele me causou. Fiquei "literalmente" dopada e sentia vontade de organizar tudo. Tive baixa concentração nos estudos no período de dois meses, mas ficava "VIAJANDO", com o efeito da droga. Acontece que eu nunca fui gorda e os dois meses que utilizei a droga eu fiquei magrérrima ao ponto do médico não querer mais me dar a receita (tarja preta). Então percorri vários prédios de Porto Alegre na procura de um consultório médico que me desse a receita. Uma atendente me disse que se eu pagasse a consulta o médico liberaria pra mim. Paguei a dita consulta e entrei no consultório. Quando eu disse para o médico que eu queria a receita do inibidor de apetite, ele me perguntou se eu havia pago para a recepcionista a consulta. Eu, feliz, achando que iria ter o tal receituário disse que sim. Então ele me disse que eu parecia ser uma pessoa muito inteligente e saudável e que desejaria que eu continuasse assim. "Espero que você não precise de serviços médicos tão cedo guria, pede para o paciente seguinte entrar e não esqueça de pedir o teu dinheiro de volta com a recepcionista".
Eu fiquei triste e envergonhada ao mesmo tempo. O carinho com que ele disse aquilo me fez refletir. Com o primeiro médico eu fiquei zangada, pois ele já havia me dado a receita antes de me ver tão magra. Mas com o segundo eu realmente me senti valorizada como ser humano.
Senti falta da droga e tremia cada vez que ficava com fome. Levei anos para "limpar" os efeitos da droga que consumi por apenas dois meses.
Imagina se ela fosse liberada? Quer dizer, totalmente liberada? Vinte anos após o acontecido descobri que o tal medicamente tinha sido recolhido e suspenso sua fabricação por causar dependência e entrada para outros tipos de drogas.
Esta é uma pequena experiência que me faz entender o que acontece com um viciado em drogas ilícitas. E tenho a convicção de que não deve ser liberada. Fumei durante cinco anos e parei quando engravidei do meu primeiro filho. Eu pensava que poderia fazer o que quisesse com meu corpo, mas não tinha o direito de prejudicar o serzinho que carregava no ventre. Anos depois, quando comecei a estudar a Doutrina Espírita eu descobri que não posso fazer o que quero nem com o meu próprio corpo, pois este é um empréstimo de Deus para meu trabalho na evolução e devo tentar mantê-lo o mais saudável e equilibrado possível. Tive o privilégio de encontrar um médico que soube me abrir os olhos a tempo. E mais tarde uma Doutrina que me esclarece muito. Sou totalmente contra a liberação da maconha e outras drogas em geral. Até mesmo cerveja e cigarro, deveria se ter dificuldade o acesso. Sou contra qualquer manifestação que reverencie drogas lícitas e ilícitas pelo simples fato de que considero importantíssimo as pessoas se amarem. Quem se ama não se droga.

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