Pela primeira vez na história da civilização ocidental, esta é confrontada com a necessidade de redefinir o significado dos termos "casamento" e "família". O que era considerado como uma família tradicional, composta por pais dos gêneros masculino-feminino e seus filhos, agora é visto como uma entre várias opções de escolha.
Nossa sociedade redefiniu estes valores familiares para aplacar e atender às vozes de uma pequena minoria, convencendo-nos a crer que é certo uma criança ser criada por casais do mesmo gênero. Estas idéias radicais extraídas do "new-socialism" estão desconstruindo a base da unidade familiar e deteriorando o tecido social. Somando-se a estas mudanças, temos as ideologias do aborto e contracepção, o erotismo insano e a indústria da pornografia também ameaçando a existência da família tradicional.
O efeito dessa nova realidade é devastador, pois os sociólogos estimam que a natalidade será reduzida a zero em algumas dezenas de anos. A sociedade vai enfrentar sua extinção mais cedo do que o esperado devido à pandemia do erotismo social acompanhado pela cultura da morte.
A visão judaico-cristã do matrimônio e da estruturação da família tem suas raízes nas Escrituras, mas foi substituída por um conjunto de valores que situam estas instituições sob cerco cerrado e passíveis de extinção no mundo de hoje, fato que imergirá a civilização ocidental em intensa crise moral e social.
No Antigo e Novo Testamentos, as estruturas do casamento e da família são explicitamente confirmadas. Deus criou o homem para constituir uma família consistindo de um pai, uma mãe e seus filhos. As famílias atuais precisam voltar aos valores da família tradicional Cristã, porque só desta forma a unidade familiar manter-se-á forte o bastante para rejeitar as inovações implementadas pelos governos.
Os casamentos estão terminando em divórcios em números recordes e as crianças acabam aprendendo novos valores pela mídia em geral, sem a orientação segura dos pais e responsáveis. Por outro lado, os pais precisam colocar seus filhos acima das próprias necessidades, sacrificando o desejo e a busca irreal de obter mais bens e status, para que assim tenham mais tempo para educar e dedicarem-se aos filhos.
Alguns equívocos na educação dos filhos são extremamente comuns, como o que os pais não são necessários em casa ou que as crianças não são afetadas negativamente quando a mãe trabalha fora. As crianças já podem tomar decisões na vida desde a infância e tem as suas personalidades totalmente moldadas nos dez primeiros anos de vida.
Uma família Cristã é uma igreja
O modelo tradicional de família exige que desistamos de certas liberdades pessoais para o benefício dos filhos. Quando os pais começaram a colocar os seus direitos e ambições à frente das necessidades familiares de amor, carinho e atenção, os lares começam a ruir. Por isso os casamentos estão mais frágeis do que nunca!
A ideologia feminista radical contribuiu significativamente para esta crise crescente enfatizando os direitos das mulheres à auto-realização, isto é, o esforço para as mulheres se libertarem do que elas percebem como uma sociedade dominada pelos homens, vista como uma construção social patriarcal concebida para controlar e oprimir as mulheres.
A dominação social masculina pode ser vista nas sociedades islâmicas e do oriente, que consideram a mulher como um objeto descartável. Estas enfrentam discriminação, preconceito, violência e negligência ao longo das suas vidas, sejam solteiras ou casadas. Mas este comportamento não se encaixa no padrão da civilização ocidental construída nos princípios de respeito e tradição familiar.
De acordo com as feministas radicais, os papéis de gênero servem apenas para perpetuar padrões estabelecidos de poder. Assim, a fim de alcançar a igualdade entre os sexos, elas implementaram uma reavaliação radical e uma redefinição do que significaria ser um homem ou uma mulher, e consequentemente do que constitui uma família. Baseiam-se na falsa visão estereotipada de que o trabalho feminino no lar é aviltante.
Uma família Cristã é uma igreja
Historicamente, o feminismo radical tem suas raízes no solo do liberalismo, que enfatiza os direitos individuais acima de todas as outras responsabilidades sociais, institucionais e morais. Desde o início tem sido ligado aos pseudo-ideais de liberdade individual e à busca da igualdade de direitos perdidos para o homem.
O feminismo compartilha a responsabilidade pelo declínio da família tradicional com o humanismo secular e com o naturalismo ateísta, que afirmam que os seres humanos não são nada mais do que uma coleção de produtos químicos dotados de instintos animais. Os grandes responsáveis por esta decadência foram o neo-socialismo e o pós-modernismo, que rejeitaram todas as noções de autoridade paterna.
Estas ideologias ceifaram a importância do papel materno na criação dos filhos e contribuíram para uma mudança do paradigma moral, redefinindo a natureza e o componente social. O único elemento comum em todos esses sistemas de pensamento é a rejeição fundamental das verdades e tradições formadas pela cosmovisão da Cristandade no Ocidente.
A união entre indivíduos do mesmo gênero é o maior flagelo para a continuidade da humanidade. Os governos têm legalizado e alçado estas parcerias à dignidade do casamento tradicional. No passado as leis estabeleceram o divórcio como uma alternativa muito conveniente para o casamento tradicional, mas com consequências desastrosas para as crianças e os pais. Para a moral, e na perspectiva Cristã, o divórcio já é uma causa perdida pois todos os países o adotaram.
O papel da mulher no casamento e no lar é único, extremamente significativo e importante. A mulher é a parceira do homem e ambos foram escolhidos por Deus para governar a Terra. Assim, a igualdade, distinção, complementaridade e autoridade devem ser mantidas em bom equilíbrio. Ambos são cobrados em conjunto pelo cumprimento das suas ordenanças através das funções específicas de seus gêneros.
De fato, uma vez que essas diferenças funcionais são parte do projeto do Criador, é somente quando os homens e mulheres abraçam seus papéis de pai e mãe que estarão realmente cumprindo o que a sabedoria de Deus reservou para nós. Deus, não os seres humanos ou a sociedade, é a autoridade final porque ele é o Senhor Soberano do Universo. Isto coloca a ênfase não sobre os direitos individuais e interesses próprios, mas no amor e auto-sacrifício para com os outros.
Deus determina o que é certo e errado, verdadeiro ou falso, moral ou imoral. Ele estabeleceu o casamento como uma união, uma aliança entre um homem e uma mulher, destinada a durar durante a vida na Terra e além. Ele, em sua sabedoria suprema, ordenou que na relação matrimonial participassem dois sexos distintos, mas iguais em status, valor e dignidade, que devem interagir com o mundo de acordo com suas funções específicas.
Desde a antiguidade a família tradicional Cristã tem sido chamada de "igreja doméstica", e foi no pontificado de João Paulo II que reafirmou-se esta ontologia. Em sua maravilhosa exortação apostólica, "A família Cristã no Mundo Contemporâneo" e na sua "Carta às Famílias", o Papa estabeleceu a plenitude da verdade teológica contida neste conceito, profundamente importante para o casamento e a família Cristã.
Uma família Cristã é uma igreja, uma célula menor porém vital do Corpo de Cristo. Esta compreensão é eclesiologia pura e antropologia sólida, destinada a se tornar realidade para aqueles que são batizados em Jesus Cristo.
O Santo Matrimônio é um mistério para ser vivido, um modelo a ser imitado e uma missão que precisa encontrar o seu objetivo final. Nada menos será suficiente para enfrentarmos o declínio da cultura ocidental, que se esqueceu de Deus e como resultado está perdendo sua alma. Assim poderemos resgatar a essência da família tradicional Cristã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário