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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A equação econômica que não chegou ao Brasil


A equação econômica mais conhecida no mundo ainda não chegou ao Brasil [TITULO ORIGINAL]

A Curva de Laffer é talvez a equação econômica mais conhecida que existe. Ela foi popularizada pelo economista PhD Arthur Laffer, 74 anos, um dos principais assessores do governo Ronald Reagan. 

A idéia é simples, intuitiva e remete a tradições do pensamento econômico tão antigas quanto os escritos do tunisiano Ibn Khaldun no século XIV, mas não espere que o jornalismo e a militância esquerdista entenda, como mostram algumas matérias recentes de jornal.

Para compreender a Curva de Laffer, pense que ela calcula a relação entre a carga tributária e o total arrecadado pelo governo. Com uma taxa zero, o governo arrecada zero. Com uma taxa de 100% também, já que ninguém terá incentivo para empreender. O que a curva mostra é que há um ponto em que a arrecadação atinge seu limite e, a partir daquele ponto, ela começa a cair, já que fica mais atrativo sonegar ou parar de produzir.

Alguns poucos esquerdistas que defendem altas cargas tributárias já entenderam isso e passaram a dizer que, mesmo que a arrecadação caia, o imposto alto é uma imposição moral com base na justiça social. Ou seja, o país vai empobrecer como um todo, mas como os ricos vão ficar menos ricos, eles se dão por satisfeitos. Barack Obama é um deles, Thomas Piketty é outro.

A maioria dos esquerdistas, especialmente nas redações, não entendeu esse fundamento econômico básico e ainda acha que quanto mais imposto, mais arrecadação e mais dinheiro nas mãos do governo. E é assim que fazem essas contas ridículas do valor das “sonegações”.

Esse pessoal pensa assim: se 10% de imposto dá 100 bilhões de arrecadação então 80% de imposto dá 800 bilhões. Se o imposto é de 80% e a arrecadação está em 200 bilhões então há “sonegação” de 600 bilhões. É uma conta estúpida, mas quem disse que estupidez constrange esquerdista de falar?
A mesma matriz de pensamento cria discussões idiotas quando o assunto é a chamada “guerra fiscal”. Num dos casos mais emblemáticos, ocorrido no final dos anos 90, a Ford desistiu da instalação de uma fábrica do Rio Grande do Sul após a troca de governo do estado, levando quase US$ 2 bilhões em investimentos para a Bahia, além da geração de 8 mil empregos diretos e 80 mil indiretos.

O acordo para a construção da fábrica ocorreu em 1998, durante o governo Antônio Britto (PMDB), que acabou perdendo a eleição no final do ano para Olívio Dutra (PT). O acordo previa uma série de incentivos fiscais para a instalação da fábrica, mas Dutra resolveu “renegociar” o acordo em termos que a Ford considerou proibitivos. Resultado: a fábrica, uma das mais modernas do país, foi instalada em Camaçari (BA). A fábrica produz 250 mil automóveis por ano hoje.

O governo gaúcho ainda briga na justiça com a Ford pedindo “ressarcimentos”, como se fosse culpa da Ford a mudança unilateral de postura do estado. Converse com um esquerdista sobre o assunto e até hoje ele faz a conta do dinheiro que Antônio Britto “abriu mão”, como se abrir mão de dinheiro não fosse, na verdade, perder a fábrica para a Bahia. Pergunte aos baianos se eles sentem que saíram perdendo nessa disputa.
Não acredite nas contas marotas ou estúpidas sobre impostos que a esquerda espalha nos jornais. A fixação de uma meta fiscal e de uma determinada política tributária não implica diretamente num valor arrecadado.
Quando um país entende que baixa carga tributária significa mais dinheiro nas mãos da sociedade e dos agentes econômicos para que haja investimentos, criação de empregos e crescimento econômico, ele começa a trilhar o caminho da prosperidade. O Brasil está a anos-luz desse entendimento.

POR: Alexandre Borges

Alexandre Borges é carioca, comentarista político e publicitário. Diretor do Instituto Liberal, articulista do jornal Gazeta do Povo e dos portais Reaçonaria.org e Mídia Sem Máscara. É autor contratado da Editora Record.

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