Alô, professores sindicalistas do Rio! Alô, setores covardes da imprensa! Chegou a hora de ter um pouco de vergonha na cara e de pensar nos pobres sem aula!
A
 cada vez que vejo a baderna promovida no Rio pelo sindicato dos 
professores, com o apoio dos black blocs, chego a sentir vergonha. Nem é
 tanto a tal vergonha alheia (no caso, das lideranças do sindicato). 
A 
imprensa, com as exceções de praxe, está fazendo um trabalho lastimável 
nesse caso, ainda contaminada pelo espírito bronco das ruas, que não nos
 deu nada e ainda nos tirou o que restava de civilidade no trato de 
questões, vá lá, sociais. E isso é muito constrangedor. Quando penso que
 aquela gente arruaceira, truculenta e ignorante responde pela educação 
de crianças e jovens, sou tomado por certo desalento, por certa 
melancolia. Dou-me, então, conta de como estamos longe, como sociedade, 
de dar uma resposta para um problema que todos, à direita, à esquerda e 
ao centro, consideram definidor de nosso futuro: a educação.
A VEJA.com publica uma entrevista de
 Claudia Costin, secretária municipal de Educação. Trata-se de uma 
profissional séria, compenetrada, que não se entrega a chicanas. Ali 
estão sintetizados os pontos principais do plano de carreira enviado à 
Câmara Municipal pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB), já aprovado. É um 
bom plano — dos melhores que há no país.
O 
sindicato, tomado por extremistas de esquerda, notadamente o PSOL (do 
santinho do pau oco Marcelo Freixo, o queridinho de intelectuais da 
envergadura de Caetano Veloso, Chico Buarque e Wagner Moura), com o 
apoio indisfarçado do PT, partiu para a guerra. Mantém uma greve 
(parcial, é bom deixar claro) irresponsável, promove manifestações que 
incitam a violência e se associa, como evidenciam os cartazes, aos 
bandidos mascarados dos black blocs (aqueles que “fazem parte”, como diz
 Caetano).
 A Polícia Militar do Rio de Janeiro, sob o comando do antes 
santificado (JAMAIS POR MIM!!!) José Mariano Beltrame, dá o seu show 
particular de incompetência e truculência. Eu sei: é só uma minoria dos 
professores que protagoniza aquelas baixarias; da mesma sorte, é uma 
minoria da PM que envergonha a farda. Mas são eles a conduzir a 
narrativa, a dar o tom do conflito. E o bom senso que dane!
A 
cobertura da imprensa, especialmente das TVs, chega a ser asquerosa. 
Patrulhada por todos os lados, boa parte do jornalismo brasileiro está, 
literalmente, fora do eixo, tomada pela estética Ninja e pelo padrão 
moral de Capilé. Se o outro-ladismo, na forma como era exercido, já era 
perverso, o alinhamento ora em curso com todo mundo que sai gritando na 
rua expressa um entendimento tosco, demagógico e vigarista do “direito à
 manifestação”. Direito que é exercido de maneira absoluta, ignorando o 
conjunto de outras garantias ao qual ele próprio pertence, direito não 
é. Trata-se, isto sim, de exercício de truculência. 
Não compreender esse
 primado básico corresponde a não acatar os próprios fundamentos do 
regime democrático. “Regime democrático”? Mas do que estou a falar aqui?
 Os heróis de Freixo, Chico, Caetano e Moura são “socialistas”, ora 
bolas! Logo, não reconhecem nem mesmo a existência do “outro”. São eles 
os donos da história.
Tudo se 
esgota, no fim das contas, em dar a versão de “um lado” (os professores)
 e dos outros lados (a Prefeitura e, quando há pauleira, a polícia). Até
 agora, por incrível que possa parecer, por mais escandaloso que se nos 
afigure, ninguém se interessou pela história dos estudantes, aqueles que
 estão sem aula, cujas vidas são efetivamente prejudicadas pelo 
sectarismo desses barnabés da porrada, do confronto, do conflito. Alegam
 isso e aquilo contra o plano — desculpas escancaradamente ocas, 
intelectualmente delinquentes —, mas não aceitam mesmo, e este é o ponto
 central de sua recusa, a premiação por mérito. 
Exercitam ainda aquela 
arenga cretina de que políticas que premiam o desempenho violam 
princípios sagrados da educação.
Reverentes
 ao espírito truculento das ruas, com medo da gritaria de meia dúzia de 
celerados que saem por aí a acusar “a mídia” por todos os males da 
humanidade, esses setores da imprensa de que falo acabam, ao fim e ao 
cabo, investindo no obscurantismo, na estupidez e na ignorância. 
Trata-se, antes de mais nada, de um exercício de covardia e também de 
crueldade de classe. “Crueldade de classe, Reinaldo Azevedo?” Sim! 
Afinal de contas, os filhos dos socialistas abastados do Leblon, de 
Copacabana e de Ipanema estão imunes aos malefícios decorrentes dos 
desatinos desses trogloditas. Estudam em escolas privadas. 
Os 
bem-pensantes, munidos de sua má consciência, podem tomar o seu 
champanhe, sentindo a brisa do mar, cientes de que fizeram a coisa certa
 ao se alinhar com os supostos “interesses do povo”. Isso é uma 
caricatura? É, sim! Mas a “militância” que toma conta desse jornalismo 
também é caricatural.
“Interesses
 do povo”? Representados por quem? Pelos extremistas do PSOL e grupelhos
 afins? 
Não, senhores! O “povo” mesmo está lá nos cafundós do judas, sem
 aula, entregue a seu próprio destino, sem direito a uma escola que 
contribua para que se livre da pobreza, do atraso e dos dissabores de 
uma vida acanhada. O Brasil tem um crescimento mixuruca, políticas 
públicas mixurucas e um governo mixuruca. Também o jornalismo dá 
exemplos, com frequência espantosa, de mixuruquice.
 Está abrindo mão de 
pensar. Está abrindo mão de fundamentos básicos do estado democrático e 
de direito, os mesmos que, diga-se, o legitimam. Está se deixando pautar
 por aqueles que a detestam e que não o reconhecem como apanágio das 
sociedades livres.
Tudo isso 
poderia ser irrelevante, mas não é. Os sindicatos de professores são 
hoje um dos principais entraves a impedir uma reforma da educação que 
possa tornar o Brasil (e olhem que não seria para já…) ao menos… 
contemporâneo. País afora, a categoria é assombrada por corporativistas 
violentos, por partidários de ideologias mortas, por militantes de teses
 estapafúrdias, que não vigoram em país nenhum do mundo.
E que se 
note: o salário-base por 40 horas semanais dos professores do Rio passa a
 ser de R$ 4.147,00. Segundo dados do IBGE de maio deste ano, o salário 
médio do brasileiro é de R$ 1.792,61. O dos profissionais com ensino 
superior (17,1% dos trabalhadores) é de R$ 4.135,06. 
O dos sem-diploma 
(82,9%), R$ 1.294,70. Não se pode, pois, nem mesmo condescender com a 
hipótese de que os greveiros ganhem um salário de fome. Basta olhar à 
volta. De resto, as pessoas sempre são livres para concluir que a 
carreira que abraçaram não está mais adequada às suas ambições. Uma 
coisa é certa: os alunos não podem pagar por isso.
Chegou a 
hora de o jornalismo descobrir que o conflito que envolve professores 
extremistas, policiais despreparados e banditismo de arruaceiros esconde
 as verdadeiras vítimas dos desatinos: os estudantes. 
Há anos escrevo o 
que agora reitero: o patrão do servidor público é o povo, e a mercadoria
 que ele produz é o serviço essencial que presta. Quando decide fazer 
greve, quem está do outro lado não é o “capitalista, que vai deixar de 
ter lucro”, MAS O CIDADÃO, QUE VAI DEIXAR DE EXERCER UM DIREITO.
Chega 
dessa pantomima! 
Esses sindicalistas precisam de um pouco de vergonha na
 cara. E os setores da imprensa que fazem uma cobertura demagógica e 
covarde também!
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