Peter Fischer, antes de mais nada, relendo o que escrevi,
me pareceu um pouco grosseiro. Para esclarecer digo que, quando não preciso
defender meu ponto de vista, nem responder teus questionamentos, é porque
entendo que tu já sabes quais são as respostas.
Mas de qualquer maneira, mudei de idéia e vou tentar
expor o que eu penso para tentar te ajudar a sair desse verdadeiro atoleiro de
areias movediças que é a mente socialista.
Digo que é um
atoleiro, porque as pessoas se apegam de tal maneira às falácias e utopias, que
quando alguém vai ajudar, acaba dragada junto, mesmo sem concordar com essa
maldita idéia.
Então ai vai:
1. "Como você imagina um estado, melhor, uma
sociedade totalmente livre e sem barreiras às pretensões individuais?"
Imagino uma sociedade baseada no princípio da não
coerção, da proteção ao direito de propriedade e da autonomia e
responsabilidade do indivíduo. Isso significa que ninguém pode ser obrigado a
fazer o que não quer. Que ninguém pode ser coagido pelo uso da força, ou da
fraude, a fazer o que não deseja. Apenas ações voluntárias, espontâneas e
livres podem e devem ser legais, por elas serem legítimas. A Lei serve para
garantir os contratos particulares e para conter o Estado para que este não
viole, nem usurpe os direitos individuais das pessoas. Entenda que, direito
individual é o que se tem sobre o que se possui. Uma propriedade, a liberdade
(nesse sentido negativo que mencionei) e a vida. Ninguém tem direitos sobre o
que não é seu. Pode-se ter direito de adquirir, construir, criar algo que ainda
não se possui, mas direito de ter algo, apenas porque se tem o desejo ou a
necessidade de possuir algo, isso não. O Estado, como ai está, é o maior
perversor deste ideal. Viola todos os direitos individuais com o propósito de
atender necessidades e desejos próprios ou alheios, às custas dos outros, com o
uso da força. É um metendo a mão no bolso do outro para tentar, através do
Estado, ganhar bônus e transferir os ônus para os demais. Isso não é uma
sociedade livre.
Isso é uma sociedade de coerções. Isso é o estado como o
comunismo pregava: "para cada um, de acordo com a sua necessidade; de cada
um. de acordo com a sua capacidade". O meu motto é exatamente o oposto:
"para cada um, de acordo com a sua capacidade; de cada um, de acordo com a
sua necessidade". Isso nada mais é do que o primado do comércio, da troca
voluntária. Da cooperação anônima, impessoal e espontânea. Quem quer comprar (o
necessitado) paga para quem quer vender (o capacitado). Mas note que quem quer
vender, também está necessitado daquilo que, quem for comprar, dará em troca.
Assim, ambos
ganham com a transação. É redistribuição do tipo win/win. Todos ganham e por
isso trocam voluntariamente. Quando o governo redistribui, ele o faz à força,
como um ladrão, tira de um, que nada recebe em troca; e dá para outro, que nada
tinha antes e nada fez por merecer. É a troca win/lose. Injusta e
desmotivadora. Quem quer criar riqueza, se sabe que vai ser roubado, ou que vai
ganhar às custas do trabalho alheio. É a esmola forçada.
É o caminho da miséria. Quando há o direito de
propriedade e de liberdade, não se pode dizer que não há barreiras. Essas são
as barreiras. Ninguém pode usar de coerção. Apenas pode usar de convencimento,
de negociação. Troca win/win. Não é o governo, como conhecemos, que garantirá
essas barreiras, pelo contrário, o governo é o primeiro a desconsiderá-las.
Quando o governo pretende algo, apenas tem que usar a força. Ele taxa,
confisca, desapropria, prende ou mata. O governo sempre foi o maior rompedor de
barreiras a serviço das suas aspirações. E não me diga que o governo representa
a coletividade, o bem comum. Isso não existe. Um coletivo é formado de
indivíduos. E se dentro dessa coletividade, se uns não querem e os demais
querem, usam o estado para conquistar seus desejos à força. Voltamos ao que
escrevi anteriormente. Há muito a ser explorado nesta primeira pergunta.
Podemos ampliá-la outra hora.
2."Como você imagina a convivência de seres humanos
quando é total a liberdade do mais apto dominar o menos apto?"
Numa sociedade livre, onde o primado da não agressão
funciona, ninguém domina ninguém. Como eu disse antes, liberdade não é o
sujeito fazer o que quiser. Tipo, gostou de uma mulher e quer transar, o faz a
força, estupra, por exemplo. Ou gostou de uma camisa, é mais forte, vai lá e
tira do mais fraco. Isso não é liberdade, isso é coerção, violência. É o oposto
de liberdade. Liberdade é não sermos obrigados a fazer o que não queremos. A
mulher não quer transar, é um crime obrigá-la, o cara não quer dar a camisa, é
um crime o outro tirá-la. Imagina o serviço militar, o recrutamento compulsório
é o confisco da força de trabalho de alguém. É um roubo, violência. Nada que
não seja espontâneo deve ocorrer, se ocorre é a violência em ação. Ai que entra
a legítima defesa ou o estado policial para proteger os direitos individuais. O
mais apto numa sociedade é o que gerará mais riqueza para ela. Todos ganharão,
cada um com a sua capacidade de criar, produzir, comerciar e consumir. O
salário mínimo por exemplo é o confisco das oportunidades de emprego dos menos
aptos numa sociedade. Se alguém produz 100, não tem como ganhar 120. Não vai
achar emprego nunca e terá que viver com o que conseguir. Informalmente,
inseguramente. Numa sociedade livre, sem os desperdícios da coerção, todos
seriam mais ricos porque a distribuição da riqueza e do capital seria mais
eficiente.
Numa sociedade, a melhor política social é o livre
mercado, onde as pessoas fazem o que os outros necessitam e os que procuram
algo para melhorar de vida encontrarão abundante concorrência, quantidade,
qualidade e preços baixos. No livre mercado não existem castas, barreiras a
mobilidade social e econômica. Quem serve mais aos demais, é compensado e
enriquece.
3. Como você imagina um mundo onde o lucro é o único
objetivo num desenvolvimento incontido?
Lucro nada mais é do que, o resultado de um esforço ser
maior do que o esforço em si. É uma melhoria de status. Todos nós agimos apenas
para ganhar algo, melhorar de vida. Seja financeira, seja emocional, seja
espiritual, seja experimental, seja sensitivamente. Isso não é garantido.
Erramos por falta de conhecimento, planejamento, autocontrole, enfim. Mas o
erro e as conseqüências têm que ser absorvidas por quem assumiu o erro, por
quem especulou e perdeu.
Outro dia ousei dizer para alguém, que São Francisco de
Assis era tão egoísta quanto eu ou qualquer outra pessoa,. Como ele via a
compaixão com os pobres, a pobreza na vida terrena como a única via para a
riqueza na vida após a morte, ele, com a sua lógica peculiar, imaginava lucrar
dessa forma. Investe na Terra para lucrar no Céu. Fazer o bem se doando era uma
satisfação pessoal. O que ele fazia dessa forma, todos os outros que não agem
com violência, que respeitam o princípio da não agressão também o fazem.
Ora Peter, desenvolvimento incontido é o que todos
queremos, desenvolver sem parar. A única maneira para o desenvolvimento
incontido, ou seja, que gere constantemente satisfação e felicidade para todos
é o que se baseia na cooperação anônima através da troca espontânea entre as
pessoas, sem o uso da coerção. Win/win
É claro que a economia deve fazer seus ajustes
constantes, sua destruição criativa para tornar as revoluções tecnológicas
possíveis.
4. Onde fica a ética?
A ética é, não agressão, é não usar de violência, força
ou fraude. É ser egoista racional. Ou seja, buscar o lucro, o melhor status
através do convencimento, da cooperação espontânea e da troca livre e
voluntária. É ganhar servindo e não, tomando. A ética válida é a que promove e
preserva a vida.
5. Onde fica a responsabilidade coletiva?
Não existe responsabilidade coletiva, como não existe
pensamento coletivo, como não existe digestão coletiva. Existe o indivíduo ou
grupos de indivíduos. A responsabilidade é algo puramente individual.
6. Onde ficam os mais fracos?
Ficam num mundo melhor, com mais riqueza a ser
distribuida, com mais oportunidades de ascenção. A troca espontânea e
voluntária fortalece os mais fracos porque o não do mais fraco é igual ao não
do mais forte.
7. Não posso concordar com uma exploração da força de
trabalho como acontece, entre outros lugares, na China.
Eu não aceitaria a escravidão, o confisco do trabalho à
força. Nós que pagamos impostos, ou somos roubados, somos explorados. Se o governo
toma à força 40% da minha renda, eu estou trabalhando como escravo 40% do meu
tempo. Isso é exploração. Agora se tu te referes a quem há 20 anos trabalhava
forçadamente no campo, sob condições sub humanas e agora pode trabalhar onde
quiser, ainda que duramente e recebendo pouco, podemos dizer que houve uma
evolução. A revolução industrial, essa mesma que criancinhas trabalhavam 20
horas por dia, fez com que as criancinhas que morriam aos 14 anos e seus pais
aos 36, vivam hoje até os 80 anos em média, de uma maneira como muitos reis
jamais ousaram viver.
Nem o mais rico dos ricos do séc. XVIII, como o banqueiro
Rothschild superou uma inflamação. Acabou morrendo aos 56 anos. Nenhum dinheiro
do mundo o salvou.
Todos os países livres e desenvolvidos fizeram suas
revoluções industriais, os que tiveram maior sucesso, EUA, Inglaterra, Canadá,
Japão, e mais alguns, não apenas tiraram seus pobres da miséria, como tiraram
os pobres de outros lugares da miséria às centenas de milhões. A migração, hoje
contida pelo poder e coerção do estado, salvou milhões de pessoas da fome, da perseguição,
da morte. Todo ser humano sai de um lugar com menos liberdade para outro com
mais liberdade. Só não sai se o governo o impede pela ameaça ou pela consumação
da morte.
8. Não posso aceitar as matanças étnicas na África.
Isso nada tem haver com liberdade, como já falei. Só um
ogro pode desejar ou promover isso.
E não é só na África. Foi na Europa, Foi nas Américas.
Foi na Ásia. E o maior promotor de matanças foi quem deveria proteger cada um
daqueles que pereceram, o Estado.
9. Acredito numa educação universalizada
Acredito numa educação livre, é da conta dos pais ou se
adulto for, dele mesmo. Tem que ser um negócio privado que atenda a necessidade
do aluno e não do burocrata do governo. Não pode ter a interferência
doutrinadora do governo de ocasião. Acredito no homeschooling. Nas escolas
privadas para todos. Nos currículos competitivos. Nas escolas
profissionalizantes. Numa gama infinita de modelos e propostas para o que o mercado
(cada um de nós, interagindo livremente) quiser. Numa educação o mais
individualizada possível para atender as peculiaridades de cada pessoa.
10. Acredito numa segurança cidadã
Eu não sei o que é isso, mas poderia interpretar como o
legítimo direito de defesa contra terceiros que iniciem o uso da violência.
Eu ainda acredito no monopólio do uso da força do estado
para retaliar quem inicia o uso da violência. Mas dado atual estágio de
degradação do estado, que atua mais como um criminoso do que como um guardião
dos direitos individuais já está pensando em apoiar a idéia das agências de
segurança privada como forma de combate ao crime.
11. e uma saúde coletiva de qualidade.
Bom ai voltamos à discussão do que é saúde coletiva.
Se for saúde pública financiada com o dinheiro dos
impostos, ela é uma utopia que vira distopia. Saúde pública e qualidade são
palavras que não combinam. É inexequível. Saúde coletiva tem que ser prestada
pelo mercado livre. O médico com seus pacientes, Os hospitais com seus pacientes.
As seguradoras com seus clientes. Porque se precisa pagar saúde e ainda pagar a
burocracia ineficiente e corrupta do estado? Não funciona.
Todos poderão ter assistência com a competição e o
enriquecimento incontido da sociedade. O estado não faz isso e nem pode. Além
de ser eticamente desprezível o uso da força para tirar de uns e dar para
outros.
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