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domingo, 30 de outubro de 2022

Esse é o momento dos brasileiros considerarem a secessão.

 Esse é o momento dos brasileiros considerarem a secessão.


Novamente, o resultado das urnas do primeiro turno mostrou um país dividido. Metade dos estados da federação escolheu Lula presidente, a outra metade Bolsonaro. E a pergunta que sempre surge automaticamente é por que uma metade deve impor um governante a outra metade que escolheu o outro candidato? 

Por que Santa Catarina, onde Bolsonaro ganhou com 62% contra 29% de Lula deve ter Lula como presidente, e por que Piauí, onde Lula ganhou com 74% contra 20% de Bolsonaro deveria ter Bolsonaro como presidente, caso eles vençam as eleições gerais no segundo turno? 

Não seria mais justo, amigável e democrático respeitar as escolhas locais? Ou a ideia de nação brasileira é mais importante do que as escolhas democráticas regionais e deve ser imposta a qualquer custo? O que há de tão especial em termos estados diferentes sob um único governo?

O que une os habitantes de uma nação não é apenas o acidente de terem nascido dentro dos mesmos limites geográficos, mas uma cultura e valores em comum. A polarização do pleito presidencial mostra dois candidatos com valores completamente opostos. Como vivemos sob um estado gigantesco que controla praticamente todos os aspectos da vida, a possibilidade da eleição “do outro cara” deixa todo o eleitorado apavorado. 

E realmente é assustador, visto que as pautas “do outro lado” são altamente indesejadas. Na eleição atual, os eleitores de Bolsonaro consideram o Lula a pior de todas as pessoas do mundo para ser o presidente, e vice-versa. Embora ambos sejam socialistas, o grau de socialismo de Lula é muito maior que o do Bolsonaro. 

Lula defende estatização de empresas, controle da mídia/censura, ditadura sanitária, desarmamento, ideologia de gênero, banditismo, invasão de terras e imóveis, aborto, apoia ditaduras comunistas e regimes socialistas de outros países e foi condenado pelo maior esquema de corrupção da história do país. 

Já o que apavora os eleitores de Lula é que Bolsonaro defendeu que durante a pandemia as pessoas deveriam poder ficar em casa se quisessem e tomar vacina se quisessem. Ao defender liberdades individuais básicas ele foi massacrado pela mídia que o caracterizou como genocida, como se ele tivesse matado todas as pessoas que tiveram suas causas de morte registradas como Covid – apesar do STF ter retirado dele qualquer poder de evitar lockdowns e decretos tirânicos e apesar de o Brasil ter ficado dentro em uma média mundial de mortes COM Covid (diferente de DE Covid).


Embora haja diferenças substanciais entre os dois em relação a temas cruciais como liberdade econômica, as massas nem sabem o que é isso, e para elas as eleições são como concursos de popularidade – nada muito diferente de votar para quem entra e quem sai da casa do Big Brother. Porém, existe uma diferença fundamental entre os dois candidatos que é realmente relevante. 

O que alçou Bolsonaro a presidência foram suas declarações elementares sobre justiça, como as dadas na famosa entrevista do Presídio de Pedrinhas abaixo. Enquanto Bolsonaro defende valores tradicionais e punição para roubo, sequestro, invasão de propriedade, estupro etc., Lula defende pautas progressistas e diz que um criminoso não deve ser punido.

 


  

Se uma nação é formada por valores, pessoas que defendem os primeiros valores não pertencem a mesma nação que as que defendem os segundos. A união dos dois grupos é insustentável. Por que forçá-la?

Olhando o mapa do Brasil por estados separados pelo resultado eleitoral vemos que uma linha separa o Norte/Nordeste do Sul/Sudeste/Centro Oeste. Curiosamente, o único estado não unido por uma faixa contínua de terra é Roraima, onde Bolsonaro teve a maior vantagem contra Lula, quase 70% X 23%. 

Uma explicação bastante plausível para este resultado é que Roraima faz fronteira com a Venezuela, e os roraimenses veem com os próprios olhos as ondas de imigrantes em situação deplorável que fogem do socialismo venezuelano apoiado por Lula. 


Estes imigrantes são na verdade uma minoria política derrotada que resolveram abandonar um estado onde os valores de Lula venceram todas as últimas eleições e transformaram um país rico em um país miserável em menos de 3 décadas.

Este fenômeno está ocorrendo até nos EUA, onde políticos de esquerdas estão transformando os estados que governam em países de terceiro mundo. 

A cereja do bolo da ruína socialista é exatamente esta rejeição do princípio primário da punição para pequenos roubos, como um celular. Em diversos estados americanos governados pela esquerda, eliminou-se a punição para roubos de valores menores. Nos EUA existe um federalismo mais acentuado, e ainda é uma opção para os habitantes se mudarem de um estado para outro. 

Mas a centralização de poder no governo federal também é cada vez maior, e seguidos governos federais de esquerda podem fazer com que em breve a única opção dos americanos seja mudar de país. Como já ocorre na Venezuela, onde só resta aos derrotados politicamente se mudarem de país, o que é muito mais complicado do que mudar de estado dentro de seu próprio país.


Se tem algo em que o Brasil não está dividido – lamentavelmente – é em seu culto a democracia. Com exceção de uns poucos libertários, a população apoia ferrenhamente que o governante escolhido por uma maioria numérica seja imposto coercitivamente a minoria. 

Com esta polarização de valores na disputa presidencial, a ameaça de uma vitória “do outro lado” tem deixado todos aflitos, estressados e em pé de guerra. Uma solução que apaziguaria a todos seria usar esta fé democrática e pedir o respeito pela escolha regional das maiorias. 


A maioria dos baianos escolheu o Lula? Deixe que o Lula seja o governante da Bahia. Logicamente que só existe um Lula e 14 estados em que ele venceu, então se os estados já fossem unidades políticas autônomas, cada eleição local contaria com o seu próprio político repetindo os discursos que agradam as maiorias e cada um teria o seu próprio governante. 

Não é uma solução perfeita, mas já seria um enorme alívio, facilitaria a mudança de residência dos insatisfeitos, diminuiria as tensões sociais e poderia até evitar guerras. 

De fato, se a autonomia de regiões pro-Rússia e pró-Kiev tivesse sido respeitada, a atual guerra da Ucrânia que ameaça se tornar um Armagedom Nuclear poderia ter sido evitada. 

O que os imigrantes venezuelanos que estão se mudando aos milhões para os países vizinhos fariam se todos os países da América do Sul fossem governados por Maduro? O voto com os pés seria muito mais difícil. É isso que pretendem os globalistas ao trabalharem por uma uniformidade internacional de regulamentação e tributação. É isso que eles já conseguiram fazer em parte com a perversa União Europeia. O concretizado Brexit e outros movimentos de saída da UE são uma reação as consequências negativas da centralização política que um país continental como o Brasil deveria seguir.

Um eleitor com preferências pela livre iniciativa na Bahia poderia se opor a esta ideia alegando que a separação de seu estado faria com que eles afundassem totalmente no socialismo. Porém, a secessão funciona também para evitar que unidades onde exista uma maioria socialista aumente seu próprio grau de socialismo. Como Hoppe explica

Um grande número de estados não permite que cada estado em particular aumente facilmente os impostos e as regulamentações porque as pessoas iriam, nesse caso, “votar com seus pés”, isto é, iriam mudar de estados (mudar de país). 

A situação mais perigosa concebível é aquela em que um governo mundial iria impor os mesmos impostos e as mesmas regulamentações em uma escala mundial, acabando com todos os incentivos para que as pessoas se mudem de um país para outro, pois a estrutura dos impostos e das regulamentações seria a mesma em todos os lugares.

Por outro lado, imagine uma situação em que houvesse dezenas de milhares de Suíças, Liechtensteins, Mônacos, Hong Kongs e Cingapuras. Nesse caso, ainda que cada estado quisesse aumentar impostos e regulamentações, eles simplesmente não lograriam êxito porque haveria repercussões imediatas — ou seja, as pessoas iriam se mudar das localizações menos favoráveis para aquelas mais favoráveis.

Nestes períodos angustiantes de inquietação política eu sempre fico imaginando esta situação descrita acima. Como seria menos complicado e oneroso para o bolsonarista da Bahia se mudar para o Espírito Santo após a vitória de Lula em seu estado. Ou do petista de Goiás se mudar para Tocantins após a vitória de Bolsonaro em seu estado. Sem impor suas preferências goela abaixo de outro estado que as rejeitou. No decorrer dos anos, cada unidade política independente iria arcar com as consequências de suas próprias escolhas.

Existe uma parte da população que não vê grandes diferenças entre os candidatos, e estes certamente não iriam tomar a medida drástica de se mudar. Mas alguém que considera um deles um fascista genocida iria considerar seriamente a opção de vender sua casa e morar em outro estado, sem a barreira de idioma que existe quando se muda para outro país e com diferenças culturais menos acentuadas. E ele poderia vender a casa para outro que estaria se mudando para lá, pois no estado dele venceu um candidato que ele considera um comunista ladrão. Se a democracia é tão maravilhosa (sic), vamos acatá-la: um Lula pros que escolherem Lula, um Bolsonaro pros que escolherem Bolsonaro. Por que não?

Independente de quem seja o candidato vencedor do segundo turno no próximo domingo, quase a metade do país que terá votado no outro cara estará derrotada e ouviremos aquele usual discurso mentiroso de união, de que o presidente eleito será o presidente de todos os brasileiros.

O atual arranjo político só alimenta o ódio e o ressentimento. Já passou da hora dos brasileiros voltarem a considerar a secessão.

TEXTO DE : Por Fernando Chiocca

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