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terça-feira, 14 de maio de 2019

Um programa populista paleolibertário

Um programa populista paleolibertário

(Nota do autor: os pontos do programa foram pesadamente influenciados pelos de Murray Rothbard em um artigo de uma edição do famoso Rothbard-Rockwell Report, Right Wing Populism, porém dessa vez foram atualizados e complementados com pontos que mais se aplicam para a situação do Brasil em 2019).
“Ele soa como um de nós” – disse David Duke, antigo membro da Ku Klux Klan (agora convertido em um populista de direita) acerca de Jair Bolsonaro – isso em Outubro do ano passado. Rapidamente a mídia caiu de forma matadora encima de Duke – afinal, como pode um ex-membro da KKK não ser mais um Ku Kluxer?  Todo o Establishment convocou imediatamente as velhas imagens da KKK e de, adivinhe, Adolf Hitler. O presidente (na época ainda candidato) respondeu pelo Twitter: “Recuso qualquer tipo de apoio vindo de grupos supremacistas”. O que o nosso presidente esqueceu de se lembrar é que Duke não é um Kluxer linchador de negros, nem matador de judeus, é um cristão confesso com propostas que o Establishment não consegue refutar nem tentar argumentar contra. E para os militantes esquerdistas (principalmente os mais recalcitrantes Antifas), tudo que eu não posso argumentar contra é Hitler.
Obviamente, para a mídia, ter um passado como Comunista guerrilheiro assaltante de bancos é okay, afinal todos nós errávamos na juventude, correto? Essas pessoas são até atuais políticos. Mas é totalmente impossível um membro da KKK não apoiar violência contra inocentes e a culpa coletiva. O raciocínio midiático foi basicamente: “Ex-KKK apoia Bolsonaro = KKK apoia Bolsonaro = Bolsonaro é da KKK”.

“Grupo de extrema direita” – comentou um artigo da Revista Veja acerca do encapuzados. O (derrotado) Fernando Haddad comentou nas redes sociais: “Meu adversário também está compondo com aliados e somando forças. Hoje ele recebeu o apoio da Ku Klux Klan”, pois afinal, nenhuma distorção foi feita por Haddad acerca do ocorrido.
David Duke se candidatou como governador da Louisiana em 1991, apoiado por pioneiros do Libertarianismo como Murray Rothbard. E como o último mesmo disse, não havia nada de errado no plano de governo de Duke. Menos impostos, fim da burocracia, fim do assistencialismo, fim da ação afirmativa e cotas raciais, direitos iguais para todos os Norte Americanos (incluindo os brancos) e mais. Nada que um paleoconservador ou um (paleo)libertário não possa apoiar se for sensato. Mas Duke tinha uma força contra ele: a elite dominante. Governo onipresente, oligopólios dos negócios, grupos de interesse (aqui no Brasil temos as famosas bancadas) e uma horda de intelectuais e tecnocratas (principalmente de instituições públicas) que conseguem o seu ganha pão apoiando toda a estrutura já citada. Essa situação estatista e social democrata não é nem um pouco diferente da situação do Brasil atualmente, na verdade, creio que somente pioramos. E não podemos nos esquecer das elites financeiras (Rockefellers e Trilateralistas presentes!)
O sacerdote pagão não pode mais dar direitos divinos ao Faraó. Então agora temos a Teologia da Libertação e a Teologia da Missão Integral sugando do Cristianismo o seu espírito de liberdade que moldou todo o Ocidente. Para essa nova religião, Jesus era um tipo de Lula (ou Lula é um tipo de Jesus?) que apoiaria medidas trabalhistas do governo e que o Evangelho é um chamado para algum tipo qualquer de socialismo.
Todas essas instituições somente servem para um propósito: impedir com que as massas vejam a elite que as saqueia e explora. Impedir que todo Brasileiro entenda que seus direitos de propriedade não podem ser pisados, e que a única salvação é uma sociedade baseada no reconhecimento desses direitos, e que institucionalizar a violação dos mesmos é se render para a barbárie. Para isso, devemos nos concentrar nos grupos mais oprimidos pelo Establishment – que grupos mais sofrem ao serem privados de exercerem seu direito de propriedade – e por isso necessitamos de uma análise social caso desejemos relevância política e cultural.
Devemos nos focar no Brasileiro médio que pode ser processado se falar algo ofensivo para uma minoria, que é violado por impostos dia após dia, que pode sofrer retaliação violenta por expressar orgulho de certa identidade além da desconstruída pós moderna, que foi desarmado, que sofre de inflação todo dia cometida pela fraude de banksters, que pode ter sua esposa e filhas violadas na rua, e que não pode fazer nada acerca disso. Que foi calado pela mídia do sistema, que foi colocado como o opressor e culpado por escravidões e guerras de centenas de anos atrás. Que foi colocado como retrógrado, redneck tupiniquim e outras ditas ofensas.
Essas pessoas são atacadas não por um conceito abstrato de estado ou de elite dominante, são atacadas por pessoas que simbolizam esse sistema. Devemos nos focar em alguns como adversários e outros como aliados de fato, pessoalmente.
Para muitos só sobra a estratégia de Friederich Hayek – converter o rei – começarmos pela elite dos intelectuais, na torre de marfim, e fazer com que essa elite faça o meio campo para o resto das massas. Acontece que não podemos esperar nada dos intelectuais. Como libertários sabemos do rastro do dinheiro, sabemos de que a elite intelectual é constituída pelos guardas de alto nível da elite dominante política, por aqueles que não encontrariam apreciação em um livre mercado e que por isso recorrem para a conhecida, em termos bem Brasileiros, mamata. 

E é por isso que paleolibertários precisam de um plano populista, um plano de direita populista, que apele para a classe média, para o empreendedor (de verdade) e para o trabalhador. Para o caipira ressentido com os moderninhos lacradores de colegial, afinal, nada podemos esperar de uma elite intelectual já convertida convertendo o restante do povo, esqueça essa alternativa. 
Um programa de populismo direitista:
O programa básico é pesadamente influenciado por um plano de mesmo nome apresentado por Murray Rothbard, um dos homens que mais admiro, em uma edição do Rothbard-Rockwell Report do inicio dos anos 90. Acontece que os EUA daquele tempo preservaram mais liberdade como entendida pelos libertários do que o Brasil da atualidade. É por isso que itens a mais foram adicionados e pontos reforçados.
Por isso segue a nossa proposta para libertar o Brasileiro dos mais pesados e exploradores jugos estatistas:
1 – Corte impostos, violentamente. Todos eles, de renda, IPTU, IPVA e o resto, todos devem ser cortados. O foco para a abolição deve ser o imposto de renda, o pior de todos os impostos. Devemos trabalhar para a abolição dele e o corte de todas as taxas (o que seria ideal) ou ao mínimo uma restrição e diminuição enorme dessas. Se o imposto de renda for abolido, teremos o retorno ao incentivo para empreender e crescer economicamente, a prosperidade irá aumentar.

2 – Corte o assistencialismo, violentamente. A previdência social faz com a irresponsabilidade seja incentivada, e destrói os laços que eram antiga fonte de ajuda (família, amigos, e outras relações). O INSS é um golpe de pirâmide sustentado pela fantasia de todos viverem do saque sistemático de todos. Se não for possível abolir, restrinja a previdência de forma profunda e severa aos 1) nativos e 2) responsáveis.

3 – Acabe com todas as cotas e leis anti-discriminação. É direito de todo proprietário discriminar acerca de quem ele quer e quem ele não quer dentro de sua propriedade. Essa estrutura pisa nos direitos de propriedade de todo Brasileiro. Cotas não somente fazem isso como também diminuem a qualidade intelectual da média estudantil, pois agora existe uma obrigação legal de abaixar os padrões acadêmicos e escolares.

4 – Esmague a turba de criminosos de rua. Assassinos, ladrões, estupradores, vândalos, manifestantes violentos (Antifa), devem sofrer o seguinte ultimato: a policia deve ser liberada para administrar a justiça e a punição imediatamente, sempre sujeita a responder criminalmente se houverem erros ou exageros. Manifestantes que invadem propriedade, vandalizam, e instigam caos não podem ser poupados pela policia em nome da tolerância ideológica, movimentos como MST devem ser considerados organizações criminosas combatidas com violência, e não podemos ouvir aqueles que afirmam que a polícia deve tolerar certos tipos de vandalismo e invasão contra proprietários por mais que seja da parte de protestos feministas, esquerdistas, antifa, etc.

5 – Retome as ruas: expulse os vadios. Os pagadores de impostos são os donos da propriedade governamental de fato, por mais que impostos sejam ilegítimos. Aqueles que não pagam impostos (os andarilhos) não possuem direito de escolha acerca dessas propriedades, e o governo deve retirá-los das vias públicas caso os pagadores de impostos assim desejarem. Para onde eles irão é totalmente outra história, podem ser abrigados por instituições de caridade por exemplo. Comportamentos irresponsáveis e vadios em locais como praças públicas devem ser julgados em base da vontade da população local que mais pagou taxas pela manutenção e construção desses locais.

6 – Libere as armas para os proprietários. Dentro dos direitos de propriedade está implícito o direito à autodefesa. Para isso, armas devem ser liberadas e nenhuma regularização deve ser posta, pois só assim a enchente de violência no nosso país pode ser contida ou atenuada. O mais urgente e imediato objetivo é retirar as regulamentações em relação ao armamento de proprietários de terra que são constantemente atacados por organizações terroristas como, novamente, o MST.

7 – Privatize. Estatais devem ser todas privatizadas: ações devem ser distribuídas para os pagadores de impostos, e esses podem trocar livremente entre si e negociarem até uma situação consistente chegar. Assim, as verdadeiras demandas de mercado serão satisfeitas e os recursos estarão alocados onde eles mais são necessários.

8 – Se previna da imigração em massa. Embora o Brasil não esteja ainda recebendo hordas de refugiados do Oriente Médio como os países europeus, nunca sabemos quando e como isso pode ocorrer. Leis de discriminação estrita acerca do tipo de imigrante que pode entrar devem ser estabelecidas (baseadas em quanto o imigrante pode se adaptar a cultura local), o assistencialismo deve ser negado a eles (o que provavelmente já irá desincentivar a imigração em massa) e nenhuma integração forçada entre nativos e imigrantes deve ser feita.

9 – Acabe com a Lei Rouanet. A lei Rouanet não passa do refúgio dos pretensos artistas (mais parecidos com militantes) que não conseguiriam angariar fundos para seus delírios pós-modernos em um sistema de financiamento livre e voluntário, no mercado. Por isso, eles recorrem ao Estado, que espolia mais ainda o Brasileiro médio para que esse financie uma obra “de arte” que ele provavelmente abomina e não tem o mínimo interesse.

10 – Descentralize o poder, fortaleça os estados. Os estados, regiões e sub-regiões do Brasil devem ganhar mais e mais autonomia em relação a impostos e tomada de decisões. O patriotismo regional jamais deve ser desincentivado, culturalmente, São Paulo pode pensar em São Paulo primeiro, o Sul no Sul primeiro, o Bahia em Bahia primeiro, etc.

11 – Defenda valores familiares. Ou seja, retire o Estado da família caso deseje preservá-la, pois isso irá retirar o controle Estatal e restaurar o controle parental. A longo prazo, isso implicaria no fim de escolas públicas e a privatização das mesmas. O sistema de vouchers não é um caminho para isso, embora alguns liberais e libertários discordem, mas é somente um modo do governo tomar controle curricular até mesmo das escolas privadas como mais ferocidade do que o MEC já faz hoje em dia. A alternativa correta é descentralização, retornar ao controle da vizinhança e comunidade local sob a educação.
12 – Acabe com o banco central, ataque os banksters. Bancos centrais são todos cartéis de gangsters que destroem as economias e poupanças dos Brasileiros médios por meio da inflação, criada por expansão monetária (falsificação de moeda). Qualquer instituição que fizesse isso seria considerada uma gangue se não fizesse parte do governo.

13 – Brasil primeiro. Pare e ataque o globalismo, vamos resolver os problemas em casa. Ajuda para o além-mar e além-fronteiras deve ser cessada, atacar e bombardear pessoas em países estrangeiros jamais pode sequer ser cogitado (graças a Deus o Brasil ainda não possui histórico disso). O globalismo deve ser atacado como o modo de avançar ainda mais a elite de vagais no poder.

Devemos abandonar a ideia absurda de que só podemos agir politicamente quando chegarmos em uma sociedade libertária, pois se for assim sociedade libertária nenhuma chegará. Enquanto não houver a privatização final de todos os bens, devemos controlar o governo da maneira mais parecida o possível com uma empresa ou uma governança de comunidade local. A nossa Constituição de 1988 deve ser severamente modificada ou substituída por uma que tenha mais consideração pelos direitos de propriedade dos Brasileiros. E uma vez essa modificação ou substituição sendo outorgada, devemos nos limitar a uma interpretação de senso comum e de intuito original dos autores, sem espaço para malabarismos jurídicos como do nosso calhamaço social democrata.
Por outro front, devemos instigar o ódio popular contra as elites dominantes e seus lacaios do poder, principalmente os lacaios da classe intelectual. Essa campanha é largamente pessoal, é uma campanha de difamação contra as pessoas que constituem a elite estatista atual. Essa fronte irá apelar para o Brasileiro médio que, na sua grande maioria, não confia em políticos nem em política. Uma guerra de refutação e exposição deve ser empenhada contra gente como Leandro Karnal, e aqueles direitistas que não passam de sociais democratas ‘conservadores’ como Pondé devem ser expostos e colocados no mesmo barco que os outros repetidamente. Só assim podemos mover a janela do debate para um local satisfatório. Esse processo de mostrar em como o sistema atual pode estar por trás de supostas oposições será o modo de eliminar qualquer quinta coluna em nossa guerra intelectual e cultural de libertação.
Devemos também entender que toda coalisão envolve contato com a diversidade. Se quisermos aquela velha direita reunida novamente, isolacionista, contra o assistencialismo e centralização, e com inclinações secessionistas, teremos que conviver com conservadores de estado mínimo a paleoconservadores com tendências libertárias somente parciais. Devemos convencer esses a adotar todos os pontos do programa, já que eles apelam diretamente para o sentimento direitista anti-igualitário enraizado no Brasileiro conservador, e caso a adoção seja somente gradual, devemos mostrar a eles que uma ordem social libertária é o único jeito de combater aqueles inimigos da boa e velha direita: estado de assistencialismo e imperialismo, expansão monetária, destruição de famílias e incentivo ao comportamento irresponsável, centralização, globalismo e internacionalismo, etc. Essa velha direita que teremos que conviver deseja uma restauração de princípios da Revolução Americana de 1776, por mais que ela não tenha sido em solo tupiniquim, um governo limitado estritamente a defender os direitos de propriedade privada. Todos esses membros da direita original eram totalmente contra o assistencialismo e o estado de guerra, o New Deal Americano, o fim do padrão ouro, etc. Os libertários dentro dessa coalisão desejam ir mais longe, iriam desejar voltar ao 1776 em sua pureza, sem a adição da união dos estados logo após. O movimento paleoconservador é o que mais representa essa coalisão, e a herdeira intelectual dos paleos para a era da internet é a Alt Right em muitas de suas vertentes.
Essa política de coalisão deve nos ajudar na contrarrevolução (uma contrarrevolução populista revolucionária) que tomará nosso país de volta dos tiranos socialistas e nos colocará no bom trilho de Tiradentes, eu espero.


 , Paleolibertário,anarcocapitalismo, francisco amado

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