domingo, 3 de outubro de 2021

Por que os preços sobem tanto

 Por que os preços sobem tanto



Os preços estão aumentando em um ritmo de meter medo e esvaziar os bolsos, especialmente os dos mais pobres. É bom que se saiba que isso não acontece só no Brasil, mas em todo o mundo. Não serve de consolo, mas torna mais importante perguntar-se por que o problema é assim, geral. 

É certo que tanto a globalização da economia quanto a pandemia da Convid são causas evidentes, mas não devem ser culpadas sozinhas pelo empobrecimento generalizado.  

É preciso lembrar como governantes reagiram diante desses fatos, mundo afora, com o apoio da mídia internacional e sob os aplausos dos políticos, especialmente os da esquerda. 

Ressalvadas as exceções, então acusadas de falta de senso humanitário, a maioria resvalou nos limites do autoritarismo ao impor regimes de isolamento social e quarentenas, com isso prejudicando a produção de bens e serviços e, ainda mais, desorganizando o sistema produtivo, em todo o mundo. 

A palavra de ordem foi “cuidar primeiro das vidas; a economia a gente vê depois”. E governos, como o brasileiro, que se inclinavam a enfrentar a pandemia com visão de médio e longo prazo, foram pressionados pelos opositores políticos e pela mídia, em geral, a seguir a corrente dominante. 

Então, impôs-se a necessidade de socorrer as multidões deixadas sem ganha-pão, com o que os bancos centrais ao redor do mundo passaram a produzir moeda, em um ritmo sem precedentes desde o fim do padrão-ouro, 50 anos atrás. 

Essa dupla estratégia governamental gerou um perverso “efeito-pinça” sobre a economia: de um lado, reduziu-se a oferta, por produzir-se menos e com menor produtividade; de outro lado, no sentido inverso, aumentou-se enormemente o volume de moeda em circulação. 

Quer dizer:  mais dinheiro para ser trocado por ativos escassos, resultando em elevação de preços para bens essenciais e serviços, em escala mundial. 

Poderiam tantos governos ter dado outra resposta ao flagelo da Covid? Então, seria diferente o balanço entre as perdas e sofrimentos de curto e de longo prazo? Quem poderá dizer? De momento, só me atrevo a repetir o que escrevi, logo que a pandemia aqui chegou: 

“Os governantes que fraquejam ao enfrentar grandes ameaças, enquanto responsáveis pelos destinos de um povo, serão inevitavelmente condenados e vilipendiados, não importa qual tenha sido a natureza – boa ou má – de suas motivações.”



 Dagoberto Lima Godoy 

 O autor é advogado e engenheiro, além de líder empresarial gaúcho.

 Ele foi presidente da Fiergs.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Política de Comentários
Você acha que pode tudo? Acorde!

A liberdade de expressão deve ser exercida com responsabilidade.

Ofensas, xingamentos, demonstrações de racismo ou intolerância religiosa, racial ou política também. O contraditório é garantido e ansiosamente aguardado desde que entendam que o anonimato é ilegal e proibido.

Mas, eu quebro o seu galho se você for criativo. Portanto, conquiste o direito a ele. Lembre-se que, seu IP é gravado e você é responsável pelo que comenta.

OBS: As opiniões expressas nos comentários não refletem, necessariamente, a opinião do autor.