Os dizeres de que o libertarianismo e o conservadorismo cultural estão em desacordo uns com os outros, não só estreitam a definição do libertarianismo, mas também se fazem esquecer, nas palavras de Hoppe, que “a maioria, embora não todos, dos principais pensadores libertários era, como uma questão de fato empírico, social-cultural conservadores: os defensores da moral e os costumes aristocráticos tradicionais.
Mais notavelmente, Murray Rothbard, o mais importante e influente pensador libertário, era um conservador cultural franco. Assim era o professor mais importante de Rothbard, Ludwig von Mises.” Isso, por si só, não faz de forma alguma uma demonstração que o conservadorismo cultural e libertarianismo são mutuamente necessários, mas deve ser persuasivo para convencer o leitor de que os dois não estão em contradição uns com os outros, contrário à mensagem de muitos libertários socialmente progressistas de hoje. Isso também parece contradizer, tanto quanto eu posso dizer, muitas falsas suposições que os conservadores culturais têm sobre o libertarianismo.
O libertário vê sua definição como verdadeira para todos os tempos e eticamente aplicável a todas as pessoas. Isto é, o princípio não é uma convenção moderna, um resultado da evolução humanidade. Hoppe diz assim: “[L]ibertários estão convencidos de que os princípios da justiça são eternamente e universalmente válidos (e, portanto, devem ter sidos essencialmente conhecidos pela humanidade desde os seus primórdios). Ou seja, o [princípio] libertário não é novo e revolucionário, mas antigo e conservador.”
Além disso, Hoppe assinala que o conservadorismo (que tende a ser “empirista, sociológico, e descritivo”) concentra-se em “famílias, autoridades, comunidades e classes sociais”, enquanto o libertarianismo (que é “racionalista, filosófico, lógico e construtivo”) incide sobre os “conceitos de propriedade, produção, troca e contrato.” Portanto, o primeiro é a “concretização” deste último.
O conservadorismo precisa de uma teoria e o libertarianismo de expressões práticas, isto é, uma ordem natural e física. Se o conservadorismo deseja retornar a uma “normalidade moral e cultural”, ele precisa do antiestatismo consistente e defensável do libertarianismo.
Por Lacombi Lauss
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